terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Sabias que as paredes têm ouvidos - Galeria Edge Artes - Lisboa


para ver até 7 de Janeiro de 2013

MURMÚRIOS DE MUROS



As meninas nunca deviam ser fechadas a sete chaves. Os sonhos nascem da carência. O príncipe encantado é um fantasma gerado pela falta de amor. As paredes transpiram desejo de liberdade. Mas o paradoxo do prisioneiro, descrito por Kafka, é inevitável: se, por um lado, a vontade do recluso está toda voltada para um único ponto de fuga – ou antes, de evasão – que orienta a perspectiva global, por outro, é preciso sobreviver à clausura e, para tanto, tornar a cela confortável ou, pelo menos, habitável. Forrar as paredes, decorá-las, grafitá-las. Ora, a liberdade é sempre condicional, condicionada. O horizonte está sempre tapado por paredes. Se o interior é, por essência, uma jaula, o exterior é um labirinto. E o dentro só se distingue do fora pelo tecto, não pelas paredes. E pelos respectivos ocupantes. Dentro, está-se em casa. Fora, circulam minotauros e caçadores de minotauros, e meninas amedrontadas, sacrificadas aos monstros. E talvez outras criaturas, tímidas ou envergonhadas, que inscreveram nas paredes a sua fome ou a sua profusão de amor, criaturas enclausuradas que sofrem de idênticas privações e em quem a prisioneira, sem as ver, reconhece, as suas semelhantes, as suas irmãs. Uma solução consistiria em interiorizar as paredes da cidade, com os seus azulejos, os seus cartazes arrancados e os seus graffitis, com os seus contos, as suas promessas, os seus gritos – pois as paredes são faladoras para quem sabe escutá-las –, em transportá-las para dentro de casa, em pendurá-las como um correr de janelas tapadas nas paredes interiores da cela mental, em responder ao apelo que elas lançam. Porque a liberdade fica sempre do outro lado. Do lado de cá, há os dias contados, as declarações riscadas, as lágrimas contidas, os encontros falhados, os recados rasgados, os desejos emparedados, o pesar dos arrependimentos. F



O Carteiro toca sempre duas vezes, bicicleta + cartas de amor
Palavras leva-as o vento, video 5`loop
Palavras leva-as o vento, cata-vento-origami

porm. Galeria

porm. Galeria

O que o tempo tras o vento leva, 150x170cm

Vai e Volta, 210x200cm

Amo-te, 14x14cm

Performance: Pedro Moura, Guitarra Portuguesa

Galeria Edge Arts


Sabias que as paredes têm ouvidos

porm. Galeria

Coração Independente, 150x100cm

porm. Galeria

Vaie Volta, 210x200cm + baloiço em cerâmica +corda

Uma Declaração de Amor não deve ser Legível, 100x240cm

Cabra Cega, 170x200cm

porm. Galeria

porm. Galeria

Isto é uma carta de amor, aviões-origami

Palavras leva-as o vento, I, II, 26x26cm em cerâmica

porm. Galeria

porm.avião-origami

porm.avião-origami

s/título,caixa de madeira e orelha em borracha liquida

Mai vale um passaro na mão que dois a voar, II, 120x350cm

porm. Galeria

porm. Galeria

porm. Galeria

Para que servem os muros, paraguadar segredos, 100x 140cm (díptico)

porm. Galeria

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